terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Raiva

RAIVA (Vacina e Soro Anti-rábico)
Risco animal
Alto risco: - morcegos de qualquer espécie (indicação de soro - vacinação, sempre)
- cães e gatos quando em regiões de raiva não controlada.
Baixo risco: ratos, cobaias, hamsters e demais roedores urbanos e coelhos
Circunstâncias da mordedura
Mordedura provocada (causada por animal sadio que se defende): forte razão para dispensa de profilaxia.
Mordedura não provocada (o animal morde sem causa específica): sugere alteração de comportamento do animal e deve ser levado em consideração para tratamento preventivo da vítima.
Observação de cães e gatos
- Manter o animal sob vigilância por 10 dias, observando suas condições de saúde, isto é, se o animal está se alimentando e bebendo normalmente e sem alteração de comportamento.
- Animal que adoecer durante o período de observação com doença incurável ou que manifestar sintoma suspeito de raiva, deve ser humaniatriamente sacrificado e o cérebro examinado por imunofluorescência.
Avaliação da natureza do ferimento
- O vírus rábico não penetra através da pele íntegra. O vírus é introduzido no organismo através da perfuração da pele ou contaminação de feridas abertas ou membranas mucosas (mesmo intactas).
Gravidade da lesão
- São considerados ferimentos graves:
- FACE, CABEÇA, MÃOS e PÉS.
- MÚLTIPLOS.
- PUNCTIFORMES e/ou PROFUNDOS.
- LAMBEDURA DE MUCOSAS.
Conduta em relação aos ferimentos
- Lavagem abundante do ferimento com água corrente, sabão ou outros detergentes. Após a lavagem, usar antissépticos (como álcool, PVP. iodo), pois inativam o vírus rábico.
- Providenciar profilaxia do Tétano.
- A sutura das lesões pode promover a inoculação mais profunda do vírus. Recomenda-se, para os casos em que houver indicação de sutura e do uso de soro anti-rábico, infiltrar parte da dose do soro emlocais próximos ao ferimento.
VACINAS
- Todas as vacinas contra a raiva de uso humano são inativadas, portanto, não apresentam vírus "vivos".
- A vacina deve ser sempre administrada por via IM, na região do deltóide e, em crianças menores de 2 anos, na região antero-lateral da coxa. [não aplicar vacinas na região glútea,pois sua administração nesta área determina baixos níveis de anticorpos neutralizantes]
- A dose é de 1 ml, independentemente de idade, sexo ou peso. (as vacinas são preparadas sempre para doses individuais)
EFEITOS ADVERSOS
- Reações locais: dor, prurido, eritema, endurecimento no local da aplicação e enfartamento ganglionar satélite.
- Reações gerais: linfadenopatia generalizada, dores musculares e articulares, febre, mal estar geral, cefaléia, insônia, palpitações.
- Reações neurológicas: encefalomielite, mielite, neurite, paralisia ascendente do tipo Landry.
* Os casos de reações gerais e/ou neurológicas devem ser registrados na Ficha de Reações Adversas e notificadas ao CVE, pela via mais rápida, à Divisão de Zoonoses e/ou Divisão de Imunização.
SORO ANTI-RÁBICO
- O soro deve ser administrado em ambiente hospitalar.
- Um teste cutâneo deve ser sempre ser efeutado antes da administração da imunoglobulina anti-rábica de origem animal.
- A imunoglobulina deve ser infiltrada no local do ferimento, tanto quanto a região anatômica o permita. O restante deve ser aplicado por via IM, podendo ser usada a região glútea.
- Quando o volume a ser administrado for grande, pode ser dividido em 2 ou mais injeções aplicadas em locais anatomicamente diferentes. A dose total, contudo, deve ser aplicada, sempre que possível, até o 7° dia do início da vacinação, após o qual o seu emprego não é mais necessário.
APLICAÇÃO
- Nunca aplicar soro e vacina no mesmo membro.
- Verificar se o soro é homólogo (humano) ou heterólogo (camundongo)
- Pesar o paciente sem sapatos e sem roupas pesadas.
- Calcular a dose a ser aplicada:
HOMÓLOGO: 20 UI/kg (150 UI/ml)
HETERÓLOGO: 40 UI/kg (200 UI/ml)
quantidade em "ml" : (peso X 20 ou 40)/ 150 ou 200
- Antes de iniciar o teste, preparar o material para entubação e choque anafilático.
- TESTE: 0,1ml do soro + 0,9ml de AD. Aplicar 0,1ml por via intradérmica. Aguardar 30 minutos.
- Aplicar IM ou SC ao redor da lesão.
TRATAMENTO ANTI-RÁBICO (pós - exposição)
SORO - VACINAÇÃO (esquema 10 + 3)
- Aplicar o soro no dia zero (0), efetuando previamente o teste cutâneo.
- Aplicar 10 doses de vacina em dias consecutivos, iniciando também no dia zero (0); e 3 reforços (10, 20 e 30 dias) após o término da série básica; por via IM na região deltóide e, em crianças menores de 2 anos, na região antero-lateral da coxa.
- Nunca usar a mesma seringa nem a mesma região anatômica para a administraço de soro e vacina.
VACINAÇÃO (esquema 7 + 2)
- Aplicar 7 doses da vacina em dias consecutivos e 2 reforços (10 e 20 dias) após o término da série básica.
- É aconselhável a avaliaço do tratamento por dosagem de anticorpos neutralizantes, 10 dias após a última dose; ou no dia do último reforço; tanto no esquema de vacinação como no de soro-vacinação.
- Em áreas geográficas em que a raiva não estiver controlada, a natureza da lesão for grave e o animal for passível de observação, iniciar 3 doses de vacina em dias alternados, durante o período de avaliação clínica do animal.
ESQUEMA "CÃO e GATO"
Animal sadio: - área de raiva controlada - observar animal por 10 dias
- área de raiva não controlada - lesão leve - observar animal por 10 dias
- lesão grave - iniciar 3 doses da vacina em dias alternnados e observar o animal
Animal desaparecido: - lesão leve - vacinação
- lesão grave - soro - vacinação
Morcego: - soro - vacinação
LABORATÓRIO CREDENCIADO PARA DIAGNÓSTICO DE RAIVA (mais próximo)
BOTUCATU - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP
Campus de Botucatu
tel.: (014) 921-2121 ramal: 2270

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